A importância da Análise de Vulnerabilidades para a Segurança da Informação

As vulnerabilidades não corrigidas são o vetor mais proeminente para os cibercriminosos realizarem ataques de ransomware, segundo pesquisa da Ivanti. Diante disso, as empresas precisam priorizar a correção e o gerenciamento de vulnerabilidades, identificando brechas e configurações incorretas que colocam os dados em risco e corrigindo esses problemas antes que eles sejam detectados por invasores e explorados maliciosamente.

Porém, quando pensam em auditorias de vulnerabilidade, algumas empresas ficam em dúvida se devem escolher uma avaliação de vulnerabilidade ou um pentest para descobrir as suas fraquezas.

Muitos clientes ouvem falar do “pentest” e acham que essa ferramenta vai resolver todos os seus problemas com um simples escaneamento. Outras vezes, a equipe de TI quer apenas saber o tamanho do problema e usar o relatório do pentest como argumento para liberação de investimentos em segurança.

Mas a realidade não é bem assim. Como veremos a seguir, o pentest é apenas uma das últimas etapas da avaliação de vulnerabilidades de uma rede, um processo muito mais abrangente, que envolve muitas camadas de análise. Portanto, se a empresa ainda não faz uma gestão de vulnerabilidades, não faz sentido recorrer a um pentest, pois a intrusão será concluída com sucesso.

Para garantir a segurança e a conformidade, não basta só fazer uma análise pontual (raio-x). O ideal é que haja uma gestão constante das vulnerabilidades, um serviço contínuo que visa a minimizar as vulnerabilidades no ambiente.

Neste artigo, vamos explicar como funcionam as diversas etapas de um processo de Gestão de Vulnerabilidades, que inclui a Análise de Vulnerabilidades, Análise de Tráfego e também o Pentest.

Vulnerabilidades aumentam a cada dia em número e sofisticação

Empresas de todos os tamanhos, inclusive as pequenas e médias, estão sujeitas a falhas, riscos e vulnerabilidades. O Brasil é o segundo maior alvo mundial de ciberataques, atrás somente dos EUA, segundo um estudo da Netscout. Além disso, a migração para a nuvem, a adoção do trabalho remoto e o aumento do número de dispositivos de endpoints abriram novas brechas de segurança.

Nesse cenário, as organizações agora precisam contar com ferramentas de segurança capazes de detectar ameaças avançadas e muitas vezes desconhecidas.

Para reduzir as vulnerabilidades, as equipes de segurança e TI precisam ter uma compreensão clara dos riscos de segurança cibernética e automatizar os fluxos de trabalho para uma resposta rápida. Para isso, são necessárias várias etapas de avaliação de uma rede e correção de problemas, como veremos a seguir.

1ª etapa: Avaliação de Vulnerabilidades

Para realizar a avaliação das vulnerabilidades, as empresas usam uma ferramenta de Análise de Vulnerabilidades, um processo de identificação e priorização de pontos fracos e configurações incorretas. Essa avaliação fornece inteligência proativa sobre os riscos de segurança para ajudar os profissionais de segurança de TI a entender e reagir a ameaças potenciais.

Após a conclusão da avaliação, a solução sinalizará os pontos fracos e os categorizará de acordo com o risco para os negócios. Uma vez que as equipes de segurança tenham essa inteligência, elas podem aplicar atualizações e patches de segurança, fechando as janelas de oportunidades para os invasores.

Esse processo contínuo oferece às empresas uma melhor compreensão de seus ativos, falhas de segurança e risco geral, reduzindo a probabilidade de um cibercriminoso violar os seus sistemas.

Cabe observar que nem todos os problemas detectados serão críticos ou graves. Portanto, mitigar aqueles que causam os riscos mais significativos deve ser a prioridade. Caso contrário, os riscos podem ser priorizados incorretamente, o que significa que as equipes de segurança perderão um tempo valioso investigando bugs de baixa prioridade, correndo assim o risco de deixar lacunas de segurança que os criminosos poderão explorar.

Porém, para detectar ameaças avançadas, uma verificação de vulnerabilidade não é suficiente. Embora as varreduras sejam ferramentas valiosas para ajudar a manter a segurança do seu ambiente regularmente, deve-se entender que elas vêm com limitações. As verificações de vulnerabilidade não são eficazes no teste de aplicativos da Web porque geralmente usam código personalizado, razão pela qual são necessários testes mais aprofundados.

Para detectar vulnerabilidades mais específicas, que podem ser feitas simultaneamente, você precisará recorrer a um Pentest.

2ª etapa: Pentest

Um relatório de Pentest é um documento que contém não apenas uma análise das fraquezas e vulnerabilidades de uma rede, mas também aponta as possíveis medidas corretivas. Ele oferece uma visão geral completa dos problemas encontrados e os corrige com prioridade.

Um pentest também simula um hacker tentando entrar em um sistema por meio de pesquisa prática e exploração de vulnerabilidades. Para isso, ele simula a emissão de ataques reais em sistemas e dados reais, usando as mesmas ferramentas e técnicas usadas por invasores reais.

Analistas chamados de hackers éticos procuram vulnerabilidades e tentam provar que elas podem ser exploradas. Usando métodos como quebra de senha, buffer overflow e injeção de SQL, eles tentam comprometer e extrair dados de uma rede de maneira não prejudicial.

Normalmente, os relatórios de Pentest são longos e contêm uma descrição dos ataques usados, bem como metodologias de teste e sugestões para correção. O objetivo dessa avaliação é apontar brechas de segurança, erros de lógica de negócios e práticas recomendadas de segurança ausentes. O relatório fornecido também traz uma pontuação para todos os problemas encontrados e mostra o quanto eles podem afetar as diversas camadas do seu Data Center e da sua rede.

Os serviços de Pentest são baseados em um profundo conhecimento dos métodos aplicados por hackers para atacar os seus sistemas. Eles colaboram com a comunidade de segurança global para trazer soluções de segurança melhores e mais prolíficas, mais rapidamente. Esses serviços incluem detecção e resposta, verificação de segurança e gerenciamento de vulnerabilidades.

A partir de uma simulação especializada, um consultor qualificado segue uma metodologia para tentar comprometer ativamente um ambiente. Esse teste geralmente é usado para direcionar aplicativos e APIs da Web, serviços de rede e infraestrutura em nuvem ou aplicativos executados em dispositivos móveis. Muitas vezes, isso envolve vários estágios, incluindo Recon, Discovery, Exploitation e Reporting em um processo iterativo.

O objetivo é, portanto, primeiro descobrir qualquer/todas as vulnerabilidades que residem nos sistemas de destino e, finalmente, medir a probabilidade de um comprometimento tentando explorar as vulnerabilidades descobertas, a fim de entender o impacto potencial e a probabilidade de uma ocorrência.

Um pentest começa com uma avaliação de vulnerabilidade e, em seguida, aproveita a criatividade e a mentalidade criminosa de um profissional cibernético experiente para fornecer Prova de Conceitos (PoC) para os problemas encontrados. Desse modo, esse serviço se aprofunda na ampla quantidade de ocorrências fornecidas por uma avaliação de vulnerabilidade[AF1] , demonstrando o verdadeiro impacto de um comprometimento caso as lacunas permaneçam abertas.

Portanto, se a sua empresa já possui um programa maduro de análise de vulnerabilidades, aí então será válido usar um pentest para eliminar quaisquer pontos fracos anteriormente perdidos e aprender sobre os caminhos que os cibercriminosos podem seguir para entrar em sua rede e roubar dados.

Comparativo das soluções

Em suma, uma verificação de vulnerabilidade é uma ferramenta automatizada que tem por objetivo identificar pontos frágeis que residem em sistemas de infraestrutura e pacotes de software de terceiros. Um pentest leva vários passos adiante e tenta explorar qualquer/todas as descobertas para contabilizar o risco com mais precisão.

Enquanto uma varredura depende da automação, um pentest aproveita as técnicas de teste manuais e automatizadas para avaliar seu nível de risco para várias ameaças. Quanto mais esforço é alocado em um teste, mais sofisticado é o invasor que está sendo simulado.

  Análise de Vulnerabilidades Pentest
Frequência Semanal / mensal/ trimestral Anual / semestral
Relatórios Apresenta um panorama básico dos problemas e permite rastrear alterações e correções entre as interações. Recomendações genéricas são fornecidas. Mostra prova de exploração apresentando dados de comprometimento ou de acesso obtidos. Recomendações específicas são fornecidas para todos os problemas explorados.
Foco Encontrar Verificações automatizadas e validação manual para achar o maior número possível de vulnerabilidades. Explorar Procura cobrir o máximo possível de vulnerabilidades, enquanto explora padrões de ataque. Explora o ambiente na perspectiva do invasor.
Duração Média de 3 a 7 dias. Quase todo o trabalho é automatizado, portanto, a duração é relativa ao tamanho do escopo. Média de 2 a 3 semanas. Inclui testes e análises manuais, bem como mais fases da metodologia.
Valor Verificação rápida e fácil que visa a encontrar e relatar todas as vulnerabilidades conhecidas em um alvo. Porém, essa análise pode ser esmagadora no volume de dados produzidos. Busca encontrar todas as vulnerabilidades conhecidas em um alvo e entender como elas podem ser combinadas ou encadeadas em padrões de ataque para determinar o impacto real. Procura se concentrar em descobertas críticas, que exigem correção.

3ª Etapa: Análise de Tráfego

A análise de tráfego de rede detecta atividades suspeitas e comportamentos maliciosos, à medida que se move lateralmente em ambientes multicloud, fornecendo às equipes de segurança inteligência em tempo real.

Essa ferramenta funciona a partir de um aglomerado de instruções e regras, a fim de direcionar as operações que podem ou não ser executadas. Para isso, ela fornece alertas e relatórios apontando problemas e necessidades da rede. Para que esse monitoramento tenha sucesso, é necessário que essa ação seja feita de forma automatizada.

Com esses recursos, a análise do tráfego de rede fornece à equipe de TI uma visão sobre a origem do problema e o processo de correção ocorrerá de forma mais ágil.

Gestão de vulnerabilidades: um processo muito mais completo

Uma Gestão de Vulnerabilidades é um serviço contínuo e de muitas etapas de análise, que visa minimizar as vulnerabilidades no ambiente e garantir a segurança cibernética de maneira proativa.

Mais do que apenas uma ferramenta de análise pontual, esse serviço envolve um processo muito mais abrangente, com muitas camadas de análise e monitoramento contínuo, que inclui todas as etapas citadas anteriormente. Dessa maneira, as empresas ganham visibilidade e insights sobre a exposição ao risco cibernético, facilitando a priorização de vulnerabilidades, ativos ou grupos de ativos com base no risco do negócio.

Etapas da Gestão de Vulnerabilidades:

Gestão de Vulnerabilidades: Processo contínuo de identificação, quantificação e priorização das vulnerabilidades. Ele permite entender as causas dos problemas e o risco que oferecem.

Análise de Vulnerabilidades: Faz uma varredura sistemática e verifica se os sistemas operacionais e aplicativos estão atualizados e funcionando corretamente.

Análise de Tráfego: Monitora a rede para analisar o comportamento dos usuários e dos processos em si. Trabalha com regras e definições para ações maliciosas, de modo a identificar qualquer conduta indevida.

Pentest: Ferramenta que identifica as principais ameaças, elencadas pela gravidade ou criticidade em relação ao negócio.

Para tornar esse processo realmente eficaz, os profissionais de segurança de TI devem ser capazes de compreender completamente o contexto e o foco de negócios dos ambientes de digitalização. Eles também devem estar preparados para relatar um alto volume de alertas de segurança e garantir que tenham os recursos certos para gerenciá-los.

Mas você sabe onde deve ser feita a análise de vulnerabilidades em sua rede e seus sistemas operacionais? Hoje em dia, temos sete camadas de análise que devem ser consideradas. A recomendação é começar com a análise dos acessos da Internet para dentro da rede, verificando os serviços publicados (Perímetro), e também no Data Center, que geralmente é o alvo dos ataques, conforme mostra a imagem abaixo.

Conte com a ajuda de uma consultoria especializada

Para encontrar a proteção mais adequada para a sua empresa, é importante contar com a ajuda de um serviço de gestão qualificado e especializado em Segurança da Informação.

A AIM7 consegue ajudar você e a sua empresa a acelerar o processo de mitigação e correção de vulnerabilidades.

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